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"Estranho o destino dessa jovem mulher, privada dela mesma, porém, tão sensível ao charme das coisas simples da vida..." - Amélie Poulain.

domingo, 29 de agosto de 2010


O moinho
          ao anônimo


Há em meu quarto quase tudo que me remete boas lembranças. As fotos, os objetos e os livros espalhados... estes que levam meu imaginário longe e me faz levar ao papel o que eu sinto. Gostaria que soubesses que escrever é um ofício da alma, minha única forma de falar com você, anônimo. Escrevo cada palavra dessa folha como quem canta sem platéia, como um moinho esperando a ventania. Porém, o moinho sabe por quem deve esperar, eu não. Sei que tua platéia é incerta e que tua presença tão ausente (é, presença ausente) me confunde. Um anônimo não tão anônimo, cujo prefiro fingir que desconheço, mesmo sabendo até com quem dormes, era um amigo. Cabe a mim te contar, meu amigo, que me envolvi em um amor cotidiano, entretanto, ciumento de ti, pois meu amor nada bobo chuta, talvez acertando quem sejas. Ele me pediu teu afastamento e acolhi desde então tal pedido, pois do certo e do incerto, é mais cômodo seguir do que sei. Não que eu seja acomodada, longe disso, mas porque você não faz parte do plano do meu possível. Por fim, é fato que em meu quarto vou te colocar na estante das minhas boas lembranças. E, ainda cantando sem platéia, te deixo, pois para todo moinho não só basta a ventania meu anônimo, mas também, a direção da qual ela vem. : )

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A peça.


"O teatro é o mais belo dos lugares que correm os sentimentos dos humanos. Eu, Maria K., carreguei o espírito da arte de atuar sem me permitir ensaios... Nessa arte foi que me entreguei a você. Resolvi interpretar os mais variados papéis que te fizesse sorrir e alegrasse as tuas noites. Fui tua amada Julieta, tua doce Audrey, tua rebelde Anita, te dei uma voz de Aretha, cuidei de ti como uma Amélia e me dei como Lenita. Fui tua Aurélia, tua Lucíola. Maldito dia que quis ser Capitulina! Não quis mais me amar e então fechastes as cortinas do nosso teatro, só a dúvida ficou. A dúvida que apagou as luzes, que fizeram todos irem embora. E hoje não há mais ninguém na platéia e no palco de minha vida, nem papéis, nem se quer os zeladores daquele lugar. Então, em meu pequeno e deletério mundo, fui protagonista de meu fim... Não me dei trégua, com você, não me permiti ensaios."

domingo, 1 de agosto de 2010

"Menininha do meu coração
eu só quero você 
a três palmos do chão
Menininha não cresca mais não

fique pequinininha
na minha canção
(...)

Menininha que graça é você
uma coisinha assim
começando a viver
fique assim
meu amor
sem crescer
porque o mundo é ruim
é ruim e você vai sofrer de repente
uma desilusão porque a vida é somente teu bicho-papão
fique assim,
fique assim, sempre assim" - Vinícius de Moraes.